Nos casos em que a artrose acomete o paciente jovem, ativo, que deseja manter sua prática esportiva com artrose isolada do compartimento medial (de dentro do joelho) associada à deformidade em varo do joelho (“joelho de vaqueiro”), no qual os tratamentos conservadores tradicionais foram ineficazes, sem dúvidas, a cirurgia de osteotomia de tíbia pode ser uma saída eficaz.

Índice
As indicações para cirurgia de osteotomia de tíbia
Inclui indivíduos com deformidade em varo associada a:
- Instabilidade do joelho crônica;
- Lesões cartilaginosas focais ou osteocondrais do na parte de dentro do joelho (onde se recebe maior parte do peso), quando existe indicação de procedimentos para reparação da cartilagem do tipo mosaicoplastia ou implante de condrócitos;
- Lesão do ligamento cruzado anterior crônica;
- Lesão meniscal com ou sem indicação de transplante de menisco.
As contra-indicações para cirurgia de osteotomia de tíbia
- Idade avançada (acima de 60 anos);
- Artrose sintomática em outro compartimento além do medial;
- Lesão do menisco lateral com indicação cirúrgica;
- Infecção articular prévia;
- Artrite reumatóide e outras artrites inflamatórias;
- Deformidade acentuada (acima de 20 graus);
- Rigidez articular (extensão menor que 10 graus ou flexão menor que 90 graus);
- Doenças como a obesidade mórbida, Diabetes, Tabagismo e Alcoolismo.
Como é feita a cirurgia de osteotomia de tíbia?
O sucesso da osteotomia de tíbia depende de três fatores: seleção adequada do paciente, planejamento meticuloso e técnica cirúrgica correta. O planejamento é realizado por meio da medida de onde se passa a maior parte do peso do paciente no joelho, calculado através de radiografias dos membros inferiores, incluindo desde o quadril até o tornozelo. Geralmente, calcula-se uma hipercorreção a fim de evitar recidiva da deformidade em varo.
Inicia sempre o procedimento realizando uma artroscopia para toalete da cavidade articular e tratamento de lesões do menisco medial. A seguir é realizada a osteotomia de tíbia (corte ósseo) da parte de dentro com serra sagital. A fixação da correção pode ser realizada com placa-calço tipo Puddu ou outros implantes desenvolvidos para essa finalidade. O controle radiográfico intra-operatório é realizado no final do procedimento cirúrgico. Nas correções maiores que 12,5 mm necessita-se do uso de enxerto ósseo que pode ser retirado da bacia do próprio paciente ou, preferencialmente pelo artificial.
Período pós-operatório de osteotomia de tíbia
Em geral, solicito que o paciente utilize de muletas por pelo menos 6 semanas,que vai sendo retirada de maneira progressiva à medida que a dor desaparece, sendo que a capacidade de deambulação com carga total, sem o auxílio de muletas, é a melhor indicação da consolidação da osteotomia, que geralmente ocorre totalmente e após 8 a 12 semanas.
É possível retornar aos esportes?
Sim. Porém, tem de ser muito gradual e algum desconforto ou dor pode persistir e comprometer a performance. Os fatores responsáveis pelo retorno ao esporte incluem:
- Fisioterapia de excelência pré e pós-operatória;
- Fortalecimento e reequilíbrio muscular;
- Ganho sensório-motor adequado (propriocepção e pliometria);
- Utilização de recursos biológicos associados como a infiltração com ácido hialurônico (viscossuplementação).
Referências
– Osteotomia tibial alta em pacientes com artrose do joelho
– O Estudo da osteotomia valgizante proximal de tíbia com placa” calço” de puddu
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